Com grande pesar noticiamos o falecimento do compositor, maestro, professor e trompista Daniel Richard Havens (1946-2021).
Daniel Havens foi 1º trompa da OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) durante muitos anos e “mestre” de toda uma geração de trompistas brasileiros.
Daniel Richard Havens iniciou seus estudos musicais de piano aos cinco anos com sua mãe, Dorothy Havens. Aos 12, escolheu trompa como instrumento principal para o curso de música na escola pública de Los Angeles.
Entre 1960 e 1964, dedicou-se a intensos estudos, aulas particulares e contatos com diversos mestres de trompa (Eugene Sherry, James Decker e Wendell Hoss) e participou de competições e concursos para bolsas de estudo, além de realizar recitais e concertos. Entre os prêmios que ganhou, destaca-se o Concurso Coleman para Música de Câmara (1962 e 1963) e o Prêmio Bank of America, de Los Angeles. Atuou também como músico em mais de 30 diferentes conjuntos, entre orquestras sinfônicas, bandas sinfônicas, orquestras de câmara e jazz bands. Foi músico titular de quatro orquestras sinfônicas e de duas bandas sinfônicas.
Agraciado, em 1964, com bolsa integral após concurso, estudou na Julliard School of Music, em Nova York; em 1966, entrou para a Orquestra Sinfônica de Denver (Colorado); atuou como primeiro trompa (1967 a 1970) na Banda Sinfônica das Forças Especiais do Exército Americano, em Washington, e logo após integra a Suddeutscher Rundfunk Orkester em Stuttgart, Alemanha. Em 1971, conhece o Maestro John Nechsling, em Viena, que o convida para ser primeiro trompa da Orquestra Filarmônica de São Paulo, iniciando, assim, sua carreira no Brasil. Também foi primeiro trompa da Orquestra Municipal de São Paulo e, a convite do Maestro Eleazar de Carvalho, ocupou a mesma posição na Orquestra Sinfônica Estadual de São Paulo. Em 1977, foi considerado o melhor solista instrumental do Estado pela APCA
Ainda jovem, começou a escrever arranjos para banda sinfônica e para as mais variadas formações camerísticas. Em 1978 fundou o Decâmara, com o qual realizou vários concertos e, em 1986, fundou com outros colegas o Metal Brasil, do qual foi regente, diretor, compositor e arranjador. Em março de 1987 encerrou sua carreira como trompista, passando a dedicar-se à orquestração e à regência.
Em 1998, assumiu o cargo de Regente Adjunto da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e, em 2000, o de Regente Titular e Diretor Artístico. Ao mesmo tempo, regeu como convidado a Orquestra da Rádio e Televisão Cultura, a Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, a Orquestra Sinfônica Brasileira (RJ), a Banda Sinfônica do Festival de Londrina, Concertos camerísticos com membros da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo e a Orquestra de Sopros do Conservatório de Tatuí.